tag:blogger.com,1999:blog-32325201008472688522024-03-13T18:13:02.763+00:00Mitos UrbanosTenha medo,tenha muito medo.
Não dê um passo sem olhar para trás.Henriqueseishttp://www.blogger.com/profile/00461877047689328750noreply@blogger.comBlogger11125tag:blogger.com,1999:blog-3232520100847268852.post-7303781245477699752008-04-25T00:48:00.000+00:002008-04-25T00:50:10.717+00:00Recolha ilegal de órgãos.Nota de introdução.<br />Vamos partir do pressuposto que este mito é real, temos que acreditar que sim, para que a leitura se torne mais realista. Contudo temos que introduzir uma percentagem de fantasia, para que as nossas vidas possam decorrer, sem que sejamos levados á loucura.<br /><br /><br />A noite já ia bem entrada, por outras palavras todas as minhas noites de Sábado são assim.<br />Começam no salão de jogos lá da rua e acabam sempre imprevisíveis.<br />Mas havia algo neste preciso instante me estava a incomodar o estômago. Não sei se teria sido por ter comido pouco ao jantar, ou se seria pelo facto de ter bebido nove imperiais? Ou talvez por ter bebido também quatro shots. A música estava alta, as luzes da discoteca já me cegavam.<br /> Estava tonto.<br />Indisposto.<br />A Minha cabeça parecia que ia estourar.<br />Dirigi-me á porta da saída de emergência, mas estava lá um segurança privado daquela instituição de divertimento.<br />-Deixa-me sair, estou indisposto preciso vomitar e acho que vou desmaiar.<br />-Não pode, esta é uma saída de emergência, o senhor tem que pagar e dirigir-se á saída principal.<br />-És surdo? Isto é uma emergência já te disse que vou vomitar.<br />-E eu já disse que...<br />O pior aconteceu, foi mais forte que eu, vomitei.<br />Não foi no chão, nem foi nos cortinados da porta da saída.<br />Foi exactamente em cima dos pés do segurança.<br />Muito antes sequer de me ter apercebido da quantidade de líquido que regurgitei, já estava a sentir as enormes e fortes mãos do segurança. Um trapo, foi isso mesmo que eu me senti nas mãos daquele homem. A porta de emergência foi finalmente aberta, através dela passei eu a voar sem tocar com os pés no chão, para por fim aterrar em cima de um porche carrera.<br />Atrás de mim veio logo o segurança, para me fazer pagar pelo meu erro. Os sapatos estavam vomitados, se estavam vomitados a culpa era minha, se a culpa era minha logicamente seria eu o saco de box. Agarrou-me pelo pescoço levantou-me no ar e preparou-se para me esmurrar a cara toda. Cerrou o punho e puxou-o bem atrás, quando ia desferir o golpe, simplesmente parou. A porta do Porche abriu-se, os curiosos que entretanto se juntaram para ver o extermínio, pararam, e viram sair de lá de dentro a loura com mais pinta que tinha aparecido por ali naquela noite.<br />Dirigiu-se a mim, os olhos azuis faiscavam de sensualidade, trazia um lindo vestido de noite, coberto de lantejoulas prateadas, os sapatos de salto alto agulha dificultam-lhe o andar, por entre as pedras da calçada, e aparentava ter cerca de vinte e oito anos.<br />-Jaime, desse cuido eu. Disse ela com um tom autoritário ao segurança.<br />E para meu espanto, ele largou-me. Como se de uma ordem se tratasse.<br />Ela encostou-se a mim, carinhosamente envolve-me o pescoço com a sua doce mão.<br />Inclinou-me sobre o seu peito, e dá-me uma valente joelhada bem no centro do meu fraco estômago.<br />-Esta foi por teres amolgado a chapa do meu carro.<br />Ao contorcer-me com dores, dobrei-me mais ainda sobre o estômago.<br />Foi quando recebi uma cotovelada nas costas.<br />-E esta foi por incomodares o Jaime.<br />Agora tudo tinha ruído á minha volta, para além de agora também me doerem as costelas, o estômago doía-me a triplicar.<br />-Jaime, dispersa os curiosos, fecha a porta e volta ao serviço.<br />Disse ela com voz forte e bem colocada.<br />De seguida agarrou em mim, envolveu o seu pescoço com o meu braço e arrastou-me para dentro do Porche.<br />-Como é que te chamas? Perguntou-me enquanto conduzia loucamente a velocidades impróprias para circular dentro da rotunda do Marquês.<br />-Pedro, chamo-me Pedro. Respondi-lhe num sussurro, a custo.<br />-Então e agora como é que tencionas fazer?<br />- Fazer o quê?<br />-Como é que vais pagar a porcaria das amolgadelas. Disse ela, no preciso momento que passava um sinal vermelho a 120 km/h.<br />- Não vou pagar nada, se não fosse o parvalhão daquele gorila a atirar-me para cima do carro nada disto tinha acontecido.<br />- O Jaime não é nenhum gorila.<br />- Vocês conhecem-se?<br />-Sim, a discoteca é do meu pai. Disse, fixando-me nos olhos.<br />Ouvimos o som estridente de uma buzina, olhamos para a frente, e um carro que vinha em máximos desviou-se de nós que circulávamos pela avenida da liberdade abaixo em contra-mão.<br />- És louca! Olha para a frente ou ainda nos matas.<br />Abrandou.<br />Pegou no Nokia n95 e fez uma chamada.<br />Disse três frases num dialecto estrangeiro, e desligou.<br />- Falaste com quem?<br />-Tenho fome.<br />-Ouviste? falaste com quem? E que língua é essa?<br />Disse eu com pouca autoridade.<br />- Não interessa, vamos comer a um lado qualquer.<br />- Pára, está ali uma roulotte que serve cachorros.<br />-Roulotte? Achas-me com cara de quem mata a fome a comer em roulottes?<br />- Vamos á Avenida a um sítio porreiro devorar uma tosta.<br />- Tosta ou cachorro, ambos não passam de lixo. Disse eu para logo após me arrepender.<br />O Porche travou a fundo, fez inversão de marcha e arrancou a patinar, fazendo com que eu batesse com a cabeça no vidro lateral e saísse fumo dos pneus traseiros.<br />Depressa atingiram os 130 km/h, dentro de Lisboa era alucinante. Até chegarem á Avenida era coisa de três minutos.<br />O roncar do motor do porche silenciou-se mesmo de frente á discoteca. Saíram os dois e ela atirou as chaves a um empregado, cujo trabalho era estacionar os carros dos mais dotados monetariamente.<br />Entraram em conjunto, as cerca de cento e cinquenta pessoas que dançavam ao ritmo duma música irritante estavam alheias á presença deles.<br />Encostaram-se ao balcão e ela pediu duas tostas e dois finos.<br />Não passaram cinco minutos e já as tostas estavam em cima do balcão.<br />Peguei na tosta e trinquei-a, olhei em redor e não vi a minha cicerone, que ainda nem sequer o nome dela sabia.<br />Pousei a cerveja e a tosta em cima do balcão dei dois passos em frente para ver se a via a dançar no meio da pista, e nada. Olhei para a saída e também não a vi.<br />Ao voltar para o balcão vi que os nossos lugares não só estavam ocupados como também duas lindas e atraentes jovens estavam a comer as tostas.<br />-Essa tosta é minha e aquela é da minha amiga.<br />-A imperial podes beber, agora as tostas decerto não vais negar a duas meninas famintas, pois não?<br />Com tanta coisa que me tinha acontecido nesta noite o melhor seria ignorar o acontecimento.<br />-Ok, como eu não sei da minha amiga podem comer as tostas, mas a imperial é minha.<br />-Tens nome?<br />-Tenho, sou o Pedro.<br />- Pedro estás a ver aquela mesa?<br /> -Sim.<br />-Vamos para lá.<br />Dirigimo-nos a uma pequena mesa mal iluminada junto á pista de dança.<br />-Eu sou a Carla e a minha prima chama-se Rita.<br />- Muito prazer, desculpem eu hoje não estou nos meus dias, a noite está a correr-me mal, e não sei porquê estou a ficar com sono.<br />Ainda as ouví dizerem algo relativo ao meu sono, mas tudo deixava de fazer sentido.<br />As imagens estavam desfocadas.<br />A música era imperceptível, e só ouvia ecos.<br />Os olhos pesavam cada vez mais.<br />Não aguentei, e adormeci mesmo de frente daquelas beldades que queriam estar á conversa comigo a noite toda.<br />E quem sabe se algo mais se proporcionaria.<br />A partir do ponto em adormeci tudo para mim deixou de fazer sentido.<br />Acordei numa cama não sei onde nem a que horas, a olhar para mim estavam vestidas com uma bata branca a Carla e a Rita.<br />Doía-me o corpo todo e estava imobilizado, olhei para cima e vi a loura do Porche.<br />Vi-a pegar em dois frascos de algo que não reconheci, e preparou uma injecção que me fez dormir profundamente.<br />Tão bem que me soube o silêncio.<br />- Senhor, acorde.<br />Acordei, já era dia e estava na rua, um pastor dava-me bofetadas na cara para eu acordar.<br />Estava todo nu, dentro duma banheira cheia de pedras de gelo e sangue.<br />Assustei-me, levantei-me mas doía-me o corpo todo, mais concretamente na zona das costelas.<br />Olhei, e quase desmaiei.<br />A minha barriga tinha cerca de cinquenta pontos cirúrgicos, dos quais corria sangue a fio.<br />Fiquei tonto, rodopiei e desmaiei para dentro da banheira novamente.<br />Acordei novamente, mas desta feita já num hospital público.<br />Alguns dias passaram e tive alta.<br />No hospital disseram que fui raptado e que me foi roubado o rim do lado direito.<br />Também tentaram retirar parte do fígado, mas algo deve ter corrido mal e abortaram a operação, porque a intenção não era matar.<br />Também fui á polícia fazer queixa da filha do dono da discoteca.<br />Mas foi-me dito que essa discoteca tem duas donas sexagenárias, e que quem gere a discoteca são os netos, que têm cerca de trinta e cinco anos.<br />Quanto ao segurança, não trabalha na discoteca e nunca foi visto por aquelas bandas excepto naquele dia.Henriqueseishttp://www.blogger.com/profile/00461877047689328750noreply@blogger.com63tag:blogger.com,1999:blog-3232520100847268852.post-37957291938295462432007-11-08T23:39:00.000+00:002007-11-17T21:39:05.710+00:00Mito do Chip No Pato á Pequim.Toca o telefone, três toques.<br />Artur atende mesmo a tempo, mais um toque e a Patrícia sua mulher desligava a chamada.<br />- Estou ?<br />- Sim ?<br />- Amor, antes de passares no infantário para trazeres o Frederico vai ao supermercado, traz uma garrafa de azeite e pão para o jantar.<br />- Especialmente hoje estava a pensar em algo diferente.<br />- Em quê ?<br />- Vou buscar o Frederico, levo-o a casa da tua mãe e vamos jantar fora.<br />- Bem pensado, hoje até nem estava com muita vontade de cozinhar.<br />- Estás a ver aquele restaurante chinês onde fomos jantar com o Jaime e a Beatriz?<br />- Sim, apetecia-me antes um belo bife á Portuguesa, mas se o meu amor lhe apetece chinês, que assim seja.<br />- O.k. vou só deixar o Frederico, e já te vou buscar .<br />Atravessar o itinerário complementar (I.C) mais movimentado da Europa ás sete da tarde não era tarefa fácil.<br />Ou seja, a tarefa até se revelou fácil, a rapidez é que nem tanto .<br />A avó Rita já estava á porta para receber o Frederico, previamente avisada com um telefonema do Artur enquanto conduzia o seu Hyundai santa fé.<br />Frederico acabara de ficar com a avó Rita, mas o Artur até chegar a casa ainda tinha que percorrer cerca de sete quilómetros.<br />Artur sobe dois lances de escada e entra no segundo esquerdo, apartamento que divide com a Patrícia há quatro anos desde que casaram.<br />- Amor cheguei.<br />- Estou no banho.<br />- Então vou só reservar lugar para dois á luz de velas, pela net .<br />Após uns longos quarenta minutos, estão os dois no conforto do seu automóvel.<br />Patrícia põe a tocar um C.D de musica romântica.<br />Aquela meia hora de viagem até ao restaurante pareceu apenas cinco minutos, na presença sempre agradável da sua mulher.<br />Á entrada dois imponentes dragões, esculpidos em madeira maciça .<br />Após o wall, uma simpática senhora vestida com um lindo kimone preto bordado a dourado, fazia a recepção e posterior encaminhamento dos clientes até ás mesas.<br />Duas velas com um agradável aroma ardiam dentro dos castiçais situados mesmo no centro da mesa.<br />Uma senhora um pouco mais velha que a anterior, com uma evidente cicatriz recentemente curada na mão direita, colocou duas ementas em cima da mesa.<br />- Já sei o que vou jantar.<br />Disse Artur.<br />- E eu vou arriscar em adivinhar o teu pensamento.<br />- Podes tentar, mas será em vão.<br />- Estás a pensar em Pato á Pequim.<br />- Acertaste.<br />- Da ultima vez que cá estivemos disseste, “- Para a próxima vou provar o Pato á Pequim .”<br />- Foi? Não me recordo.<br />Artur chamou a simpática senhora.<br />- Já sabem o que vão jantar?<br />- Já, vamos jantar os dois Pato á Pequim, visto só termos ouvido dizer bem dessa iguaria.<br />- E para beber?<br />- Traga-nos um bom vinho tinto português, mas antes do pato traga-nos duas sopas de ninho de andorinha .<br />Não se passaram mais que vinte minutos para que a senhora pousasse uma travessa bem recheada com Pato á Pequim, acompanhada de duas taças de arroz.<br />- Bom apetite.<br />Disse a simpática senhora, que agora já se afastava com um passo muito miudinho, para deixar o casal jantar em armonia no ambiente das velas.<br />- Que cheirinho agradável tem este pato.<br />Disse a Patrícia para logo de seguida começarem a comer.<br />- Este pato com arroz está divinal, mas dizem que o que dá muito sabor a este tipo de pato, é a pele bem passada ligeiramente queimada .<br />Afirmou Artur.<br />- Neste caso, não é a pele que dá o sabor, porque este pato não tem pele!<br />Exclamou a Patrícia para logo de seguida trincar algo muito duro.<br />Algo tão duro que fez com que lascasse um pouco de dente da sua forte dentição.<br />Por instinto e com o pânico engoliu.<br />O que quer que fosse.<br />Engoliu.<br />Agora as dores já não eram apenas nos dentes, mas também no abdómen.<br />Se haviam dores que doíam, eram aquelas.<br />Como se de facas a espetarem no estômago se tratasse .<br />Artur não pensou.<br />Apenas reagiu.<br />Pegou na sua esposa e saiu, pela porta fora do restaurante derrubando algumas cadeiras pelo caminho.<br />Hospital.<br />Era o caminho a seguir conduzindo o seu Hyundai.<br />Alguns telefonemas influentes, fizeram com que entrassem directamente para o gabinete de urgências do Dr. Jorge de Almeida.<br />Radiografar o abdómen seria o primeiro passo a dar após uns pequenos exames preliminares .<br />Uma cápsula.<br />Era exactamente o formato duma cápsula que estava a causar exuberantes dores no abdómen da Patrícia .<br />Passados alguns minutos, já ela se encontrava no gabinete de endioscopia , com uma sonda entrando-lhe pela garganta, e que finalizava no estômago.<br />Volvidos sete minutos e meio, já a dita cápsula havia sido retirada .<br />Não era uma cápsula.<br />Não era um ferro.<br />Não era um vidro.<br />Era um Chip.<br />Um Chip de identificação animal.<br />Cinco dias passaram.<br />E como tinham apresentado queixa na policia, era tempo de passar na esquadra para saber o resultado da identificação do Chip .<br />O chip pertencia a um Cão de raça PittBull de côr branca com o nome de Fight cujo dono era de nacionalidade Portuguesa.<br />Procurado pelas autoridades pelo facto do respectivo animal ter atacado uma cidadã de origem oriental, encontrava-se agora a monte procurado pelas autoridades .Henriqueseishttp://www.blogger.com/profile/00461877047689328750noreply@blogger.com51tag:blogger.com,1999:blog-3232520100847268852.post-67913630098421277402007-04-19T22:04:00.000+00:002007-04-19T22:08:48.055+00:00O dia em que eu morri ( Mito do Caixão )Esta é uma história de ficção qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.<br />E atenção :- Não deve ser lida por pessoas facilmente impressionáveis.<br /><br /><br /><strong>O dia em que eu Morri.</strong><br />Este é o mito da caixa preta em que um dia todos nós entraremos. Mortos ou Vivos.<br /><br />Nessa manhã como em muitas outras, o dia na grande cidade amanheceu com o céu bem límpido.<br />Dentro da minha caixa de papelão já se fazia sentir o calor.<br />Apetecia-me dormir mais um pouco, mas era praticamente impossível continuar dentro da minha “casa”.<br />O calor sufocava, estava escuro dentro da minha caixa de papelão.<br />Era apertadinha ,afinal não passava duma caixa que vinha a embalar um frigorifico.<br />E que alguém deitou para o lixo .<br />Mas o que uns não querem, a outros faz muita falta. É uma valente caixa de papelão<br />já resistiu a três invernos, mas agora já estava a ficar gasta e meia rasgada.<br />Virei-me de costas para a atmosfera meio enrolado nos cobertores , quase que roçava com o nariz na parte cimeira da caixa.<br />O topo da caixa servia de porta .<br />Com uma pancadinha abri a tampa e fui saindo.<br />A claridade da manhã depressa me causou uma cegueira temporária .<br />Piscarinhei os olhos várias vezes e fui-me habituando á claridade.<br />Sentei-me no chão doía-me o corpo todo, criando a ilusão que tinha sido atropelado.<br />Passei a mão cofiando a barba ,que me fazia um atroz comichão na cara.<br />Não me lembro quando foi a última vez que a cortei.<br />E o cabelo? Esse já me passava pelos ombros .<br />No alto dos meus quarenta e sete anos, não me lembro de alguma vez ter passado por uma fase destas .<br />A minha caixa estava bem juntinho á montra do café central.<br />E aqueles bolos, pães e folhados que se amontoavam dentro da vitrine?<br />O meu estômago roncava, como é seu apanágio todos os dias repetir a mesma façanha, roncar, qual porco numa pocilga .<br />As minhas pernas tremiam, estava impaciente e faminto.<br />Comecei a trabalhar.<br />Trabalho que se resumia a esticar a mão e pedir algumas moedas para tomar o pequeno almoço.<br />- Dê uma moedinha ao pobrezinho .<br />Dizia eu a um “senhor doutor” esguio e de semblante carrancudo que passava.<br />- Faça como eu, vá trabalhar!<br />Trabalhar, como se fosse fácil para mim arranjar um trabalho com esta idade e com todos os problemas de saúde que se foram agravando.<br />- Olá, senhor pobre. Disse uma linda menina de olho azul e cabelo loirinho com cerca de cinco anos que passava de mão dada com a mãe.<br />- Olá, bom dia anjinho .<br />- Dá uma moedinha ao senhor .Disse a mãe .<br />- Bem ajam, e um bom dia para quem pratica o bem.<br />Um euro !<br />Já dá para comer uma bela sandes de torresmo .<br />Levantei-me meio tremulo das pernas .<br />Entrei no café .<br />- Bom dia senhor Artur , faça-me uma sandes de torresmo.<br />- Bom dia.<br />Os outros, os senhores sociais, olhavam-me com altivez , o meu mundo não é o mesmo que o deles.<br />Falando em bom português não é só o meu mundo que não é igual ao deles. Mas também a minha roupa as minhas botas, a barba, o cabelo e o cheiro . Sim o cheiro porque aquele cheiro de perfume não sei das quantas já me estava a dar vontade de vomitar algo que eu não tinha no estômago.<br />Peguei na sandes e saí para o meu local de trabalho.<br />Sentei-me e voltei a esticar o braço, para mais umas moedas pedir, para mais um dia passar e outro e outro e outro.<br />Seria assim até o todo poderoso assim desejar.<br />Com o sol a bater-me na cara, mal conseguia ver para o outro lado da rua .<br />Mas era ela , era mesmo ela , o anjinho de olhos azuis que me acenava e sorria do outro lado.<br />O sinal verde estava aceso e os carros passavam rápido.<br />Mas onde estava a mãe dela?<br />Acenava sorria e dizia – Olá senhor pobre.<br />Levantei-me.<br />Ela dava sinais de querer atravessar.<br />- Olá senhor pobre. Repetia ela.<br />Os carros passavam a um ritmo alucinante.<br />E aquela mãe que não aparecia.<br />Ela deu um passo em direcção á estrada .<br />Eu não pensei nessa fracção de segundo, o meu sangue gelou a sandes de torresmos caiu ao chão e eu gritei<br />–Espera.<br />E corri na direcção dela .<br />Ouví uma travagem, e um grande estrondo precedido de silêncio.<br />Depois ,perdendo a noção do tempo ouvi o som duma sirene de ambulância.<br />Senti o peito arder com os choques que me iam dando.<br />Depois veio o silêncio.<br />O silêncio.<br />Nunca pensei que o silêncio fosse tão silencioso .<br />Que estranho!<br />Silencio escuridão e calor , muito calor , e o ar que me faltava.<br />Estava deitado de costas.<br />Que pano era este que me cobria a face?<br />Uma forte dor na perna direita ,fez-me esticar o braço para acalmar a dor.<br />Mas rapidamente recuei ao embater com a cabeça no tecto da caixa.<br />Caixa?<br />Não era a minha caixa.<br />Suava em bica, o ar escasseava .<br />E as dores ?Umas dores brutais que me percorriam todo corpo .<br />A minha caixa não estava forrada com tecido, nem era silenciosa , nem era escura como o breu , nem faltava o ar dentro dela , nem tinha uma almofada tão dura.<br />Um caixão !<br />Estou dentro dum caixão!<br />Não pode ser ?<br />Arranhei o tecido até o rasgar , senti a madeira.<br />Arranhei mais ainda.<br />Parti as unhas e arranquei a pele dos dedos.<br />É Mesmo um caixão.<br />As Dores.<br />Virei-me para baixo.<br />Bati com força no fundo.<br />Voltei a virar-me.<br />Gritei .<br />Gritei mais alto.<br />Falta-me o oxigénio.<br />Não consigo gritar.<br />As dores, já não doem .<br />Parei de suar, empalideci .<br />Senti um zumbido .<br />Os músculos relaxaram.<br />A minha cabeça tombou para o lado.<br />Involuntariamente os olhos fecharam-se.<br />O silencio, de novo o silêncio.<br />Para sempre o silêncio.<br />Eterno.<br />Silêncio.Henriqueseishttp://www.blogger.com/profile/00461877047689328750noreply@blogger.com54tag:blogger.com,1999:blog-3232520100847268852.post-61195586056571944942007-03-31T21:57:00.000+00:002007-03-31T22:02:28.803+00:00Filme Vale da Encruzilhada<span style="font-size:130%;color:#000099;"><strong>Filme Vale da Encruzilhada.</strong></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"><strong>Produzido por mim e representado pelo Fernando,pela Ana Lúcia e pela Marisa.</strong></span><br /><strong><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span></strong><br /><strong><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span></strong><br /><strong><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span></strong><br /><br /><embed src="http://www.youtube.com/v/pwKcypI_T30" width="425" height="350" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent"></embed>Henriqueseishttp://www.blogger.com/profile/00461877047689328750noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-3232520100847268852.post-38040025625567371412007-03-24T01:17:00.000+00:002007-03-24T01:22:19.474+00:00Atrás do Banco.<a href="http://1.bp.blogspot.com/_PpVQS40h-MA/RgR8mo4IMiI/AAAAAAAAAFM/1BcnHShPbfQ/s1600-h/newbluespin.gif"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5045294485811507746" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_PpVQS40h-MA/RgR8mo4IMiI/AAAAAAAAAFM/1BcnHShPbfQ/s320/newbluespin.gif" border="0" /></a><br /><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div>O Banco de trás.<br /><br />Eu pensava que era apenas nos filmes que isto acontecia,<br />Desta vez não se passou com um conhecido meu, esta história<br />É mesmo contada na primeira pessoa.<br />Na sexta feira fiquei na empresa até depois da hora habitual com o meu assistente “prefiro não revelar o nome”.<br />Ficamos a fazer umas verificações numas facturas para posteriormente serem enviadas para a contabilidade.<br />Quando finalmente só faltavam acertar quatro ou cinco, pedi-lhe que me fosse buscar a carrinha da empresa á garagem, “ Mercedes Vito” e que passasse novamente aqui pelos escritórios.<br />Assim o fez.<br />Acabei de verificar as últimas facturas, e guardei o resto dos documentos que faltavam, dentro da gaveta da secretária.<br />Passei pela recepção da dona Lina e deixei-lhe um anotação que já podia entregar tudo na contabilidade.<br />Apaguei as luzes do escritório inteiro dirigi-me á saída, desci o lance de escadas que dá para a entrada principal.<br />Onde deveria estar o meu assistente com o carro .<br />Mas não estava.<br />Esperei.<br />Esperei mais um pouco.<br />Mas quinze minutos para ir buscar uma carrinha ás traseiras da fábrica já se considerava um abuso .<br />Fui ao seu encontro.<br />Andei cerca de oitenta metros sobre o piso alcatroado, estava escuro, a luz de presença com detector de movimentos, que deveria iluminar aquela esquina não acendeu.<br />Virei á esquerda .<br />Andei mais uns metros, até que vislumbrei lá ao fundo a Mercedes.<br />Continuei a caminhar e comecei a ver o meu assistente ao volante.<br />Tinha apenas percorrido alguns metros.<br />Estava virado para mim, os olhos completamente vidrados a olhar para o vazio, as mãos cravadas no volante e a tremer num pânico profundo .<br />Olhei para ele, não se mexia apenas tremia .<br />Abri a porta.<br />- O que se passa ?<br />Ele olhou para mim.<br />- Lá atrás ! Vai á caixa de carga tirar aquele homem lá de dentro!<br />- Como? Que homem !?<br />- Não sei .Rápido antes que ele faça alguma coisa!<br />Fiquei paralisado com os nervos, mas depois raciocinei cheguei á conclusão que era impossível estar alguém lá dentro.<br />Visto eu ter andado todo o dia com a carrinha a visitar clientes e andou sempre vazia .<br />Quando cheguei, tranquei-a e não mais voltou a ser aberta.<br />Dirigi-me á porta traseira confiante de que nada lá se encontrava .<br />Coloquei a mão na tranca para abrir, estava destrancada visto o fecho centralizado a ter aberto minutos antes.<br />Abri a porta, lá dentro estava escuro a luz de presença teimou em não acender .<br />Duas grandes caixas de papelão vazias caíram para cima de mim, assustei-me e recuei.<br />Olhei melhor, excluindo aquelas duas caixas que já se encontravam no chão , nada mais estava dentro da carrinha .<br />Chamei-o .<br />- Vês, nada, está vazia não está cá homem nenhum .<br />- Agora ajuda-me a carregar as caixas novamente.<br />Carregamos as caixas, e seguimos viagem .<br />Eu conduzia .<br />Após alguns minutos de ter abandonado o recinto dá fábrica e já em plena IC 19, sentimos a carrinha abanar.<br />O piso era regular, vento não estava.<br />Olhei pelo retrovisor lateral e vi que os outros automobilistas se encontravam distantes, excluindo assim o facto de ter sofrido um pequeno embate .<br />Olhei para o retrovisor interior e vi um rosto escuro, a olhar-me nos olhos .<br />Mil e um pensamentos ensombraram a minha mente naquela fracção de segundo .<br />Descontrolei-me.<br />Dei uma guinada rápida e fui embater no separador central, voltei a olhar para o espelho e vi a mesma imagem um homem que me olhava com raiva.<br />Raça branca mas pele suja enegrecida, os olhos pareciam faiscar reflectidos no retrovisor .<br />O meu assistente gritava em pânico por duas razões.<br />Por ter-se virado para trás e ver o mesmo rosto que o ensombrara á alguns minutos atrás.<br /> E por ver que íamos mesmo em direcção do rail que separava a berma da estrada dum precipício.<br />Consegui dar uma guinada ao volante, pôr o pé ao travão e imobilizar a viatura em segurança na berma.<br />Saímos da carrinha .<br />Cá fora sentia-se o ar fresco duma noite de Inverno Primaveril .<br />Muitas perguntas passavam a um ritmo alucinante nas nossas mentes.<br />O que foi aquilo, ou melhor quem era aquela pessoa?<br />O que fazia ali?<br />Porque estava ali agora se á minutos atrás não estava lá?<br />Encontramo-nos junto á porta traseira da carrinha sem combinarmos, era como que se fosse uma lógica que tinha que ser seguida.<br />Agora dentro de mim já não existia o sentimento de medo , pânico ou de insegurança.<br />Consegui concentrar todos estes sentimentos em fúria e numa enorme ansiedade de abrir a porta e descarregar toda a raiva que sentia naquele ser desprezível que me causou um acidente.<br />Abri a porta, as caixas voltaram a cair e a luz a não acender.<br />Desta vez não recuei, avancei, mesmo no escuro avancei.<br />Estava decidido a descarregar toda a minha raiva naquele desgraçado.<br />Mas depressa cheguei ao fundo da caixa de carga sem nada ver.<br />Virei para trás.<br />- As caixas! Abre as caixas.<br /> As caixas foram abertas e nada, estavam vazias á excepção dumas pequenas folhas de esferovite , que serviram de amortecimento dos materiais que se faziam transportar nas caixas.<br />Nada de nada , a carrinha estava vazia .<br />Como aconteceu aquela visão colectiva ?<br />E será que foi uma visão ?<br />Se foi uma visão como pode ter acontecido a duas pessoas?<br />Uma carrinha com mil e setecentos quilos não abana com uma visão.<br />E se não foi uma visão ?<br />Onde se meteu aquele homem ?<br />Será que anda no escuro do banco de trás do seu carro ?<br />Ao entrar no seu carro você olha para trás do banco ?</div><div>De certeza que olha ?<br /></div><div></div>Henriqueseishttp://www.blogger.com/profile/00461877047689328750noreply@blogger.com19tag:blogger.com,1999:blog-3232520100847268852.post-55586715222614502932007-03-15T19:37:00.000+00:002007-03-15T19:39:52.052+00:00O SoproO sopro<br />Dormes bem ?<br />Por vezes acordas de noite e não sabes porquê ?<br />Existem rumores dum sopro que nos acorda de noite.<br />Aconteceu há algum tempo ao Hugo, um estudante universitário.<br />Nessa noite como em tantas outras, Hugo estivera com os amigos num bar a divertir-se e a pôr a conversa em dia. Hugo apenas bebeu água visto não poder ingerir bebidas alcoólicas devido aos medicamentos que o medico lhe prescrevera dias antes por causa da dor no joelho. Essa noite estava peculiarmente fria. Hugo vestiu o casaco ao sair do bar para entrar no carro do Vítor, que era um colega seu e também a sua boleia para casa. Após longa viagem, pararam á porta da residência de Hugo . Hugo saiu do carro de Vítor e dirigiu-se á porta de sua casa.<br />Voltara a esquecer-se das chaves!<br /> Tocou á campainha, o pai aproximou-se da janela do primeiro andar da moradia, olhou e viu Hugo junto á porta principal. Voltou a fechar a janela e desceu ao rés do chão para abrir a porta a filho. Ambos subiram para os quartos, Hugo despediu-se do pai com um beijo de até amanha. Meia noite e dez indicava o relógio de parede que havia ganho numa rifa da quermesse das festas de verão . Essa seria também a hora ideal para ir dormir e descansar cerca de oito horas. Que são as horas que um corpo adulto necessita para recuperar todas as energias . Vestiu o pijama azul com ursinhos amarelos e aninhou-se dentro dos lençóis de flanela quentinhos . Apagou a luz e fechou os olhos . Não tardou dez minutos para adormecer.<br />Mas algo se passava porque Hugo mesmo a dormir não sossegou, já se havia virado três vezes. Acordou repentinamente levantou o tronco acendeu a luz e apoiou-se com as mãos no colchão . Nunca antes lhe havia acontecido tal coisa. Um sopro, foi um sopro frio , rápido e gelado que sentiu bem forte na pele da sua cara. Não foi um sonho porque a cara estava fria e a pele pálida Hugo escorria suores frios . Que situação nunca antes sentiu medo, medo a sério ,um tremor fininho já se alojara nas suas costas ficou paralisado olhou em volta e nada viu. A janela estava fechada. Não havia nenhum sistema de ventilação no quarto. Mas foi um sopro, disso não restavam dúvidas.<br /> Que força anormal foi aquela que lhe soprou no rosto? O que é mais arrepiante é que nessa mesma noite houve relatos de mais quatro pessoas sem nada em comum que sentiram a mesma sensação.<br />Dormes sozinho?<br /> Tenta não acordar durante a noite, porque o que quer que seja que te sopre na cara antes de acenderes a luz, pode não te deixar vivo para contar a história.<br />NO ESCURO TEM MEDO, TEM MUITO MEDO.Henriqueseishttp://www.blogger.com/profile/00461877047689328750noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-3232520100847268852.post-84584073009783669692007-03-11T17:01:00.000+00:002007-03-11T17:06:09.064+00:00O Gato De Apartamento<a href="http://3.bp.blogspot.com/_PpVQS40h-MA/RfQ2hD4E6hI/AAAAAAAAAFE/qEulukmWoLo/s1600-h/Gato.gif"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5040713824538520082" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_PpVQS40h-MA/RfQ2hD4E6hI/AAAAAAAAAFE/qEulukmWoLo/s320/Gato.gif" border="0" /></a><br /><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div>Vives sozinho ?<br />E como não suportas a solidão tens um gato em casa.<br />Porque um gato faz companhia ,é asseado e faz xixi num determinado sitio<br />Estrategicamente situado num ponto da casa “uma caixa”.<br />Fazes mal viver sozinho com um gato em casa.<br />É certo que um gato pode-se confinar a um exíguo espaço o que até dá jeito, mas agora lê o seguinte mito.<br />Pedro como muitos outros era um jovem toxicodependente .<br />Desempregado, sem família e amigos. Pelo menos na actual realidade porque outrora havia sido diferente. Ganhava alguns euros com o jornal feito num canudo embrulhado na palma da mão a estacionar carros no cais sodré .<br />De fisionomia estreita, magra, esquelética até, barba de quinze dias, cabelo desgrenhado, casaco preto rasgado, jeans igualmente esfarrapados. Em largas pinceladas era assim que alguém descreveria o aspecto de Pedro enquanto drogado arrumador de carros sem carteira profissional.<br />Naquele fatídico dia Pedro chegou ao trabalho no seu horário normal, 8:00.<br />O sol nesse dia havia nascido especialmente brilhante e o céu apresentava-se limpo Pedro sentado no chão encoberto por um muro parcialmente destruído, preparava o que parecia ser um kit farmacêutico de injecção para toxicodependentes. Estava a preparar a primeira dose do dia . Logo após ter satisfeito o vício já Pedro se preparava para ajudar um cliente a estacionar o seu automóvel . um e mais outro e mais outro um sem número de veículos estacionados durante todo o dia .Dia esse que se encaminhava para o final e Pedro já havia gasto três kits. Tonto de olhos enevoados e vermelhos. Nas pernas já não se aguentava, caiu três vezes até chegar á soleira da porta do nº63 onde pernoitava no T0 do 3º piso esquerdo.<br />Com muito custo e após várias quedas, uma das quais lhe causou um enorme arranhão na face esquerda, lá conseguiu alcançar a porta e abri-la .Pois encontrava-se apenas encostada, visto que o trinco há muito que se encontrava avariado .<br />Ao transpor os primeiros centímetros do wall da entrada, havia tropeçado numa caixa velha e caído de costas, visto serem abundantes pelo cubículo onde vivia , juntamente com garrafas vazias trapos velhos e papelões que serviam de agasalho. O cheiro esse nauseabundo,que era não se conseguia suportar. Apenas parecia não incomodar ao Pedro e ao Bernardo, que era o gato lá de casa. Pêlo curto e preto, olhos amarelos cabeça grande, ossatura larga e de barriga bem abastecida. Pois comida para gato era o que não faltava lá em casa . Bernardo comia de tudo desde as rechonchudas ratazanas cinzentas, ás baratas que por lá coabitavam com as aranhas e lagartixas .<br />Pedro não se conseguiu levantar na totalidade, apenas se debateu o suficiente para conseguir ficar sentado e preparar mais um kit. O derradeiro e último kit. <br /> Olhos vidrados .<br />Apenas um.<br />Nuca partida.<br />Banhado no seu próprio sangue .<br />Do braço esquerdo só tinha os ossos unidos pelos tendões mais duros.<br />Orelhas rasgadas .<br />Da cintura para baixo estava intacto.<br />Da cintura para cima apenas existia o casaco e a t-chirt rasgada .<br />Da caixa tóraxica já pouco existia bem como do seu interior.<br />Foi este o cenário com que a policia de segurança pública se deparou, após ter sido alertada pela velhota do 3º piso Direito vinte e três dias depois de ter ouvido Pedro pela última vez subir a escadaria de madeira.<br />O seu corpo frágil e quase moribundo, não havia resistido ao excesso de droga tomado num só dia.<br />Morreu no meio do entulho, no silêncio dum T0 que tresandava a tudo o que era lixo.<br />Mas não morreu só.<br />Contava com a companhia do seu amigo Bernardo que lhe serviu de companhia durante muitas noites. E que ainda mesmo que involuntariamente lhe continuaria a fazer companhia, visto que a porta principal ironicamente se trancou após Pedro a ter transposto ao entrar em casa.<br />Pedro morrera, Bernardo na sua ignorância de gato continuou a ser-lhe fiel. Mesmo sem alternativa visto que se encontrava trancado dentro daquelas paredes.<br />Ele ronronava ,roçava-se em Pedro mas sempre sem obter resposta do seu dono.<br />Os dias passavam, o alimento faltava a Bernardo .<br />Ele desesperava por sair dali.<br />O seu miar era agora agonizante.<br />Os dias passavam Bernardo não resistiu, e o seu instinto animal falou mais alto.<br />Pedro estava morto e ele faminto.<br />Os dias passavam, uns após os outros muito lentamente.<br />Dona Rita, Viúva e com setenta e oito anos, por diversas vezes sentiu a falta de Pedro .<br />E aquele cheiro cada vez mais forte a cada dia que passava.<br />Os dias passavam e ela estranhava tanto o mau cheiro cada vez mais forte, como a porta que se encontrava completamente trancada, coisa que não era costume.<br />Certo dia ao deparar-se com o mesmo cenário dos dias anteriores decidiu ligar o 112 e chamar a policia.<br />Não tardou hora e meia para que os agentes da policia se fizessem comparecer no local.<br /> A porta do apartamento T0 do piso 3º esquerdo encontrava-se ironicamente trancada.<br />Tomás que era o agente a quem cabia o cargo de arrombar a porta. Já preparava um utensílio em ferro maciço com cerca de setenta centímetros de comprimento, que não se fez tardar para arremessar á porta já por si fragilizada com os anos que tinha.<br />Aporta escancarou-se .<br />O cenário era arrepiante.<br />Sangue, ossos um rosto desfigurado .<br />Com uma forte corrida como que para a liberdade ia Bernardo lançado através da porta .<br />Parou, olhou para trás.<br />A boca suja de sangue.<br />Os olhos amarelos brilhavam .<br />Que brilho!<br />Que olhos!<br />Os olhos ternurentos e brincalhões de Bernardo tornaram-se nuns olhos frios, brilhantes e arrepiantes .Mas não para ele porque o Pedro após ter morrido era apenas mais uma refeição.<br /> VIVES SÒZINHO?<br />TENS UM GATO ?</div><div>ENTÃO TEM MEDO,TEM MUITO MEDO.<br /><br /></div><div></div>Henriqueseishttp://www.blogger.com/profile/00461877047689328750noreply@blogger.com19tag:blogger.com,1999:blog-3232520100847268852.post-41963876486413741662007-03-05T21:58:00.000+00:002007-03-05T22:58:29.304+00:00Os discos rígidos.<div><div><div><div><div><div><div><div><div><div><br /><br /><div><div><div><div><div><div><div><div><div><div><div><div><div><div><div><div><div><div><a href="http://3.bp.blogspot.com/_PpVQS40h-MA/Reyff7mlIkI/AAAAAAAAAE8/FeqyZQ3GSBs/s1600-h/newbluespin.gif"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5038577454045012546" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_PpVQS40h-MA/Reyff7mlIkI/AAAAAAAAAE8/FeqyZQ3GSBs/s320/newbluespin.gif" border="0" /></a> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div>Tens uma máquina de filmar ou fotografar que utiliza discos rígidos ?<br />Então toma muita atenção!<br />Tenho um tio que trabalha numa oficina de assistência a uma loja multinacional de informática.<br />E ele sabe que comecei á pouco tempo a escrever neste blog, e um dia destes passou por minha casa para me relatar uma história digna de ser aqui postada .<br />O mês passado o meu tio á hora de almoço, pegou no tabuleiro e foi retirando a comida lá no self-service do refeitório da oficina, quando ao sentar-se junto a dois técnicos estava a escutar uma conversa que envolvia câmaras e maquinas de fotografar, mas da forma que a conversa estava a ser comentada parecia envolta num enorme secretismo.<br />Ele perguntou qual o assunto para tanto secretismo?<br />E foi então que um dos técnicos o foi colocando a par da conversa, tratava-se do seguinte .<br />Um dos técnicos ao abrir uma máquina de filmar para reparar uma pequena avaria, constatou que o disco rígido estava a rodar. Mas como poderia o disco rodar com a máquina desligada? Retirou a bateria e o disco parou de rodar. Voltou a colocar a bateria e o disco voltou a rodar mas com a máquina desligada. ou seja o disco rodava com a máquina desligada e com bateria. E parava se lhe fosse removida a bateria.<br />Voltou a colocar a bateria, o disco começou a rodar novamente e foi buscar um Espectomodem com ecrã, ligou-o a cinco metros de distancia da câmara e qual não foi o seu espanto, quando se viu a ele próprio no ecrã do Espectomodem.<br />Ou seja a câmara tinha a bateria inserida mas estava desligada e a transmitir imagem.<br />Agora só resta saber o seguinte como é que a câmara envia imagens, estando desligada?<br />E para onde são enviadas a imagens?<br /> E quem as vê?<br />E será que é só enviada imagem?<br />E o som ?<br />Tens câmara com disco rígido ?Então tapa-lhe a objectiva e retira-lhe a bateria quando estiver no descanso.<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /></div><div><br /><div> </div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div>Henriqueseishttp://www.blogger.com/profile/00461877047689328750noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-3232520100847268852.post-11342091213527574112007-03-04T22:30:00.000+00:002007-03-04T22:31:47.463+00:00Brevemente<strong><span style="font-size:130%;">W/C Pública.</span></strong>Henriqueseishttp://www.blogger.com/profile/00461877047689328750noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3232520100847268852.post-27567587477794332662007-03-04T22:28:00.000+00:002007-03-04T22:30:01.174+00:00Brevemente<span style="font-size:130%;"><strong>A loja dos chineses . </strong></span>Henriqueseishttp://www.blogger.com/profile/00461877047689328750noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3232520100847268852.post-73457914862492806552007-03-01T21:59:00.001+00:002007-03-01T23:41:05.959+00:00O roupeiroJá alguma vez sentiu aquela sensação,de quando está a abrir o roupeiro possa sair de lá de dentro alguém.<br />pois é !<br />Isso já aconteceu.<br />Aconteceu a uma amiga minha ,um dia destes não há muito tempo, o namorado deixou-a á porta de casa,despediram-se com um beijo daqueles que os namorados dão quando se querem<br />despedir. E combinaram um posterior encontro logo após o jantar no bar da vila.<br />A minha amiga abriu o portão de casa e dirigiu-se á porta principal levou a mão á<br />mala e retirou do seu interior a chave de casa.<br />Rodou a fechadura duas vezes abriu a porta e ao entrar em casa vislumbrou algo que de anormal se passava.<br />A bolinha de pêlo o seu ternurento e agradável companheiro de todos os dias o seu bichano,não veio ao seu encontro.<br />-bichaninho chamou em voz alta,<br />para que a sua bolinha de pêlo viesse ao seu encontro.<br />mas não surtiu nenhum feedback.<br />Embora achasse toda aquela situação surreal,decidiu prosseguir a sua tarefa que seria tomar um duche,preparar o jantar e voltar a sair.<br />Dirigiu-se á casa de banho,após ter se desfeito do casaco e da mala,também se descalçou passou<br />os olhos pelo grande espelho e enquanto se despia foi abrindo o cortinado da banheira,abriu a torneira . E foi nesse preciso instante,que se deparou com algo mais que também não acontece todos os dias.<br />Não havia água quente.<br />Deu meia volta e virou á esquerda na direcção da cozinha onde se encontrava o esquentador.Não sem antes passar pela porta entreaberta do quarto de onde saiu um ruido algo sinistro. Que seria algo entre um ranger de madeira e um gemido. Gemido esse que não conseguiu identificar.<br />ficou tensa .<br />A respiração abrandou,<br />os pêlos finos e louros dos braços crisparam-se,<br />petrificou.<br />Mas ficar parada á entrada da porta do quarto não era solução. Ouviu novamente o ranger de madeira e agora seguramente identificou de onde veio o ruido. entrou no quarto com os pés nús e todo o restante corpo a tremer de friu e de calor simultaneamente.<br />Chamou pelo gato mas sem obter o mais pequeno ruído.<br />Avançou devagar quarto dentro,com fraca luminusidade jamais iria destinguir o que quer que fosse que teria provocado tal barulho. Acendeu uma vela aromática,visto a luz do tecto ter rebentado segundos antes ao ligar o interruptor,e ainda faltava transpôr o armário da roupa e a cama até chegar á janela fechada.<br />E foi nesse momento ao passar pelo roupeiro que teve a certesa em absoluto que o ruído saíra lá de dentro. abriu a porta.<br />E foi então, dentro da sua casa,do seu quarto,do seu roupeiro que viu a imagem mais tenebrosa.<br />o seu gato,a sua bolinha de pêlo dentro do armário ensaguentado quase mal respirava pendurado de cabeça para baixo,pêlo oriçado e molhado de sangue. O rabo esse bem apertado por uma mão humana,um ser despresivel nojento,alto,cabelo preto,sujo,enliado,óleoso cara suja dentes podres com uma expressão que transmitia agressão,medo,terror.<br />Ela gritou,recuou voltou a gritar,caíu de costas em cima da cama e gritou como se não houvesse amanhã. Mas em vão,o homem ou lá o que seria com aquele aspecto,saiu com um salto do roupeiro passou por cima dela,agarrou o seu rosto com as enormes mão besuntadas de sujidade.<br />E lançou-lhe um olhar de ameaça,terror e medo.<br />Nisto deu um salto para trás,desiquilibrou-se caíu,levantou-se e fugiu pela porta do quarto e porteriormente pela da rua.<br />Até hoje ninguém sabe explicar como essa criatura entrou lá em casa.<br />Ficou a saber que,ao abrir o roupeiro ,tenha medo tenha muito medo.Henriqueseishttp://www.blogger.com/profile/00461877047689328750noreply@blogger.com6