O Banco de trás.
Eu pensava que era apenas nos filmes que isto acontecia,
Desta vez não se passou com um conhecido meu, esta história
É mesmo contada na primeira pessoa.
Na sexta feira fiquei na empresa até depois da hora habitual com o meu assistente “prefiro não revelar o nome”.
Ficamos a fazer umas verificações numas facturas para posteriormente serem enviadas para a contabilidade.
Quando finalmente só faltavam acertar quatro ou cinco, pedi-lhe que me fosse buscar a carrinha da empresa á garagem, “ Mercedes Vito” e que passasse novamente aqui pelos escritórios.
Assim o fez.
Acabei de verificar as últimas facturas, e guardei o resto dos documentos que faltavam, dentro da gaveta da secretária.
Passei pela recepção da dona Lina e deixei-lhe um anotação que já podia entregar tudo na contabilidade.
Apaguei as luzes do escritório inteiro dirigi-me á saída, desci o lance de escadas que dá para a entrada principal.
Onde deveria estar o meu assistente com o carro .
Mas não estava.
Esperei.
Esperei mais um pouco.
Mas quinze minutos para ir buscar uma carrinha ás traseiras da fábrica já se considerava um abuso .
Fui ao seu encontro.
Andei cerca de oitenta metros sobre o piso alcatroado, estava escuro, a luz de presença com detector de movimentos, que deveria iluminar aquela esquina não acendeu.
Virei á esquerda .
Andei mais uns metros, até que vislumbrei lá ao fundo a Mercedes.
Continuei a caminhar e comecei a ver o meu assistente ao volante.
Tinha apenas percorrido alguns metros.
Estava virado para mim, os olhos completamente vidrados a olhar para o vazio, as mãos cravadas no volante e a tremer num pânico profundo .
Olhei para ele, não se mexia apenas tremia .
Abri a porta.
- O que se passa ?
Ele olhou para mim.
- Lá atrás ! Vai á caixa de carga tirar aquele homem lá de dentro!
- Como? Que homem !?
- Não sei .Rápido antes que ele faça alguma coisa!
Fiquei paralisado com os nervos, mas depois raciocinei cheguei á conclusão que era impossível estar alguém lá dentro.
Visto eu ter andado todo o dia com a carrinha a visitar clientes e andou sempre vazia .
Quando cheguei, tranquei-a e não mais voltou a ser aberta.
Dirigi-me á porta traseira confiante de que nada lá se encontrava .
Coloquei a mão na tranca para abrir, estava destrancada visto o fecho centralizado a ter aberto minutos antes.
Abri a porta, lá dentro estava escuro a luz de presença teimou em não acender .
Duas grandes caixas de papelão vazias caíram para cima de mim, assustei-me e recuei.
Olhei melhor, excluindo aquelas duas caixas que já se encontravam no chão , nada mais estava dentro da carrinha .
Chamei-o .
- Vês, nada, está vazia não está cá homem nenhum .
- Agora ajuda-me a carregar as caixas novamente.
Carregamos as caixas, e seguimos viagem .
Eu conduzia .
Após alguns minutos de ter abandonado o recinto dá fábrica e já em plena IC 19, sentimos a carrinha abanar.
O piso era regular, vento não estava.
Olhei pelo retrovisor lateral e vi que os outros automobilistas se encontravam distantes, excluindo assim o facto de ter sofrido um pequeno embate .
Olhei para o retrovisor interior e vi um rosto escuro, a olhar-me nos olhos .
Mil e um pensamentos ensombraram a minha mente naquela fracção de segundo .
Descontrolei-me.
Dei uma guinada rápida e fui embater no separador central, voltei a olhar para o espelho e vi a mesma imagem um homem que me olhava com raiva.
Raça branca mas pele suja enegrecida, os olhos pareciam faiscar reflectidos no retrovisor .
O meu assistente gritava em pânico por duas razões.
Por ter-se virado para trás e ver o mesmo rosto que o ensombrara á alguns minutos atrás.
E por ver que íamos mesmo em direcção do rail que separava a berma da estrada dum precipício.
Consegui dar uma guinada ao volante, pôr o pé ao travão e imobilizar a viatura em segurança na berma.
Saímos da carrinha .
Cá fora sentia-se o ar fresco duma noite de Inverno Primaveril .
Muitas perguntas passavam a um ritmo alucinante nas nossas mentes.
O que foi aquilo, ou melhor quem era aquela pessoa?
O que fazia ali?
Porque estava ali agora se á minutos atrás não estava lá?
Encontramo-nos junto á porta traseira da carrinha sem combinarmos, era como que se fosse uma lógica que tinha que ser seguida.
Agora dentro de mim já não existia o sentimento de medo , pânico ou de insegurança.
Consegui concentrar todos estes sentimentos em fúria e numa enorme ansiedade de abrir a porta e descarregar toda a raiva que sentia naquele ser desprezível que me causou um acidente.
Abri a porta, as caixas voltaram a cair e a luz a não acender.
Desta vez não recuei, avancei, mesmo no escuro avancei.
Estava decidido a descarregar toda a minha raiva naquele desgraçado.
Mas depressa cheguei ao fundo da caixa de carga sem nada ver.
Virei para trás.
- As caixas! Abre as caixas.
As caixas foram abertas e nada, estavam vazias á excepção dumas pequenas folhas de esferovite , que serviram de amortecimento dos materiais que se faziam transportar nas caixas.
Nada de nada , a carrinha estava vazia .
Como aconteceu aquela visão colectiva ?
E será que foi uma visão ?
Se foi uma visão como pode ter acontecido a duas pessoas?
Uma carrinha com mil e setecentos quilos não abana com uma visão.
E se não foi uma visão ?
Onde se meteu aquele homem ?
Será que anda no escuro do banco de trás do seu carro ?
Ao entrar no seu carro você olha para trás do banco ?
Eu pensava que era apenas nos filmes que isto acontecia,
Desta vez não se passou com um conhecido meu, esta história
É mesmo contada na primeira pessoa.
Na sexta feira fiquei na empresa até depois da hora habitual com o meu assistente “prefiro não revelar o nome”.
Ficamos a fazer umas verificações numas facturas para posteriormente serem enviadas para a contabilidade.
Quando finalmente só faltavam acertar quatro ou cinco, pedi-lhe que me fosse buscar a carrinha da empresa á garagem, “ Mercedes Vito” e que passasse novamente aqui pelos escritórios.
Assim o fez.
Acabei de verificar as últimas facturas, e guardei o resto dos documentos que faltavam, dentro da gaveta da secretária.
Passei pela recepção da dona Lina e deixei-lhe um anotação que já podia entregar tudo na contabilidade.
Apaguei as luzes do escritório inteiro dirigi-me á saída, desci o lance de escadas que dá para a entrada principal.
Onde deveria estar o meu assistente com o carro .
Mas não estava.
Esperei.
Esperei mais um pouco.
Mas quinze minutos para ir buscar uma carrinha ás traseiras da fábrica já se considerava um abuso .
Fui ao seu encontro.
Andei cerca de oitenta metros sobre o piso alcatroado, estava escuro, a luz de presença com detector de movimentos, que deveria iluminar aquela esquina não acendeu.
Virei á esquerda .
Andei mais uns metros, até que vislumbrei lá ao fundo a Mercedes.
Continuei a caminhar e comecei a ver o meu assistente ao volante.
Tinha apenas percorrido alguns metros.
Estava virado para mim, os olhos completamente vidrados a olhar para o vazio, as mãos cravadas no volante e a tremer num pânico profundo .
Olhei para ele, não se mexia apenas tremia .
Abri a porta.
- O que se passa ?
Ele olhou para mim.
- Lá atrás ! Vai á caixa de carga tirar aquele homem lá de dentro!
- Como? Que homem !?
- Não sei .Rápido antes que ele faça alguma coisa!
Fiquei paralisado com os nervos, mas depois raciocinei cheguei á conclusão que era impossível estar alguém lá dentro.
Visto eu ter andado todo o dia com a carrinha a visitar clientes e andou sempre vazia .
Quando cheguei, tranquei-a e não mais voltou a ser aberta.
Dirigi-me á porta traseira confiante de que nada lá se encontrava .
Coloquei a mão na tranca para abrir, estava destrancada visto o fecho centralizado a ter aberto minutos antes.
Abri a porta, lá dentro estava escuro a luz de presença teimou em não acender .
Duas grandes caixas de papelão vazias caíram para cima de mim, assustei-me e recuei.
Olhei melhor, excluindo aquelas duas caixas que já se encontravam no chão , nada mais estava dentro da carrinha .
Chamei-o .
- Vês, nada, está vazia não está cá homem nenhum .
- Agora ajuda-me a carregar as caixas novamente.
Carregamos as caixas, e seguimos viagem .
Eu conduzia .
Após alguns minutos de ter abandonado o recinto dá fábrica e já em plena IC 19, sentimos a carrinha abanar.
O piso era regular, vento não estava.
Olhei pelo retrovisor lateral e vi que os outros automobilistas se encontravam distantes, excluindo assim o facto de ter sofrido um pequeno embate .
Olhei para o retrovisor interior e vi um rosto escuro, a olhar-me nos olhos .
Mil e um pensamentos ensombraram a minha mente naquela fracção de segundo .
Descontrolei-me.
Dei uma guinada rápida e fui embater no separador central, voltei a olhar para o espelho e vi a mesma imagem um homem que me olhava com raiva.
Raça branca mas pele suja enegrecida, os olhos pareciam faiscar reflectidos no retrovisor .
O meu assistente gritava em pânico por duas razões.
Por ter-se virado para trás e ver o mesmo rosto que o ensombrara á alguns minutos atrás.
E por ver que íamos mesmo em direcção do rail que separava a berma da estrada dum precipício.
Consegui dar uma guinada ao volante, pôr o pé ao travão e imobilizar a viatura em segurança na berma.
Saímos da carrinha .
Cá fora sentia-se o ar fresco duma noite de Inverno Primaveril .
Muitas perguntas passavam a um ritmo alucinante nas nossas mentes.
O que foi aquilo, ou melhor quem era aquela pessoa?
O que fazia ali?
Porque estava ali agora se á minutos atrás não estava lá?
Encontramo-nos junto á porta traseira da carrinha sem combinarmos, era como que se fosse uma lógica que tinha que ser seguida.
Agora dentro de mim já não existia o sentimento de medo , pânico ou de insegurança.
Consegui concentrar todos estes sentimentos em fúria e numa enorme ansiedade de abrir a porta e descarregar toda a raiva que sentia naquele ser desprezível que me causou um acidente.
Abri a porta, as caixas voltaram a cair e a luz a não acender.
Desta vez não recuei, avancei, mesmo no escuro avancei.
Estava decidido a descarregar toda a minha raiva naquele desgraçado.
Mas depressa cheguei ao fundo da caixa de carga sem nada ver.
Virei para trás.
- As caixas! Abre as caixas.
As caixas foram abertas e nada, estavam vazias á excepção dumas pequenas folhas de esferovite , que serviram de amortecimento dos materiais que se faziam transportar nas caixas.
Nada de nada , a carrinha estava vazia .
Como aconteceu aquela visão colectiva ?
E será que foi uma visão ?
Se foi uma visão como pode ter acontecido a duas pessoas?
Uma carrinha com mil e setecentos quilos não abana com uma visão.
E se não foi uma visão ?
Onde se meteu aquele homem ?
Será que anda no escuro do banco de trás do seu carro ?
Ao entrar no seu carro você olha para trás do banco ?
De certeza que olha ?
19 comentários:
Espectacular amigo...isto está a ficar cada vez mais interessante!
bem, cá me vou pro meu buraco...eu hoje estou muito zangado mas isso há-de passar!
abarço
muiiiiiiiiito fixe, assério eu amo o teu blog...
bjoOs
Eu Henriqueseis,venho por este meio
informar que nomeio para relações públicas do meu blog todos os seus fieis leitores. lol .
obrigado pessoal por essas palavras de incentivo .
Tenho aqui a sair do forno mais umas histórias.
XIXA.. isso é que é assustador!
Já tinha ouvido falar em mansões assombradas, moradias assombradas, casas assombradas, apartamentos assombrados, piscinas assombradas, carros classicos assombrados (quem não se lembra do Cristine), mas mercedes vito assombradas?
É sem duvida original, mas uma mercedes vito? Uma renault trafic ou uma ford transit teriam mais potencialidades...
...mas isto sou eu a divagar depressa demais (hehehe)
Bem fixe, bem escrito. Os meus parebens, moço.
Muito à frente, e muito bem escrito!:)
Miaus!!!
Wolf,!?
Pensamento errado,um mito não é ,nunca foi nem nunca será um fantasma.
Pelo menos no meu ponto de vista .
Outra coisa,digam-me o que vos assusta.?!
Não vale falar de impostos,do sócrates,nem do mito Alberto João Jardim. lol .Vá lá,ajudem-me.
Gostei... ora aqui está um blog diferente!
mas isso aconteceu msm?=o
Sinceramente a coisa que mais me assusta é a estupidez. Quando dou com uma pessoa verdadeiramente estúpida sinto os pelos da nuca eriçarem-se, a pele do corpo com um formigueiro estranho, arrepios na espinha, náuseas, dores de cabeça, desorientação espácio-temporal...
...já agora, aquilo de que falas neste mito é claramente uma assombração de alguma espécie (talvez um Poltergiest?), a não ser que quem estava na traseira tivesse capacidades de teleporte instantaneo à semelhança do Nocturno dos X-Men...
...mas isso já não seria mito, mas sim ficção cientifica, o que nos deixa com a pergunta:
O que é um mito?
Será meramente um Estória falsa contada a partir de uma História verdadeira e qe toma proporções irreais?
Será algo de inexplicavel no momento e que ilude explicações mais tardias?
Diz-me tu moço...
Um Mito não é uma Estória.
Quando muito, é uma História.
MITO,s.m.Narração dos tempos fabulosos ou heróicos;lenda(fig.)
utopia.
Isto é o que diz o dicionário.
O resto está dentro da nossa imaginação.
Ps.No Máximo disse que o teu pensamento estava errado.Nunca chamei estúpido a ninguém.
Entendeu Sr: Wolfheart.
Caro Henrique,
Nem eu nunca afirmei que tu o fizeste. Lançaste um desafio, perguntaste o que é que mais assustava o pessoal, Lembras-te?
"Outra coisa,digam-me o que vos assusta.?!
Não vale falar de impostos,do sócrates,nem do mito Alberto João Jardim. lol .Vá lá,ajudem-me. "
Limitei-me a responder-te qando me referi à estupidez que encontro todos os dias. Pena que tenhas lido nas entrelinhas aquilo qe lá não estava...
...Um abraço
OK, Cachimbo da Páz .
Mas Ainda Não me disseste o que te assusta.Para eu postar umas linhas ácerca desse medo.
Ok,OK.
Só agora ví Que é a estúpidez Que te assusta.E Eu intrepretei mal Sory.
Tamos em paz...
Boa Pascoa, moço...
TÁ ALTAMENTE... MAS ISSO NÃO NOS ASSUSTA.
P.S. A PARTE DO FIM PODIA SER MAIS CONCRETA...
Continua assim....BJS
BOAS
A ideia não é de forma alguma assustar os leitores, para isso tens que ler as crónicas do professor Marcelo.Eu é mais romance mitico.
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