quinta-feira, 19 de abril de 2007

O dia em que eu morri ( Mito do Caixão )

Esta é uma história de ficção qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.
E atenção :- Não deve ser lida por pessoas facilmente impressionáveis.


O dia em que eu Morri.
Este é o mito da caixa preta em que um dia todos nós entraremos. Mortos ou Vivos.

Nessa manhã como em muitas outras, o dia na grande cidade amanheceu com o céu bem límpido.
Dentro da minha caixa de papelão já se fazia sentir o calor.
Apetecia-me dormir mais um pouco, mas era praticamente impossível continuar dentro da minha “casa”.
O calor sufocava, estava escuro dentro da minha caixa de papelão.
Era apertadinha ,afinal não passava duma caixa que vinha a embalar um frigorifico.
E que alguém deitou para o lixo .
Mas o que uns não querem, a outros faz muita falta. É uma valente caixa de papelão
já resistiu a três invernos, mas agora já estava a ficar gasta e meia rasgada.
Virei-me de costas para a atmosfera meio enrolado nos cobertores , quase que roçava com o nariz na parte cimeira da caixa.
O topo da caixa servia de porta .
Com uma pancadinha abri a tampa e fui saindo.
A claridade da manhã depressa me causou uma cegueira temporária .
Piscarinhei os olhos várias vezes e fui-me habituando á claridade.
Sentei-me no chão doía-me o corpo todo, criando a ilusão que tinha sido atropelado.
Passei a mão cofiando a barba ,que me fazia um atroz comichão na cara.
Não me lembro quando foi a última vez que a cortei.
E o cabelo? Esse já me passava pelos ombros .
No alto dos meus quarenta e sete anos, não me lembro de alguma vez ter passado por uma fase destas .
A minha caixa estava bem juntinho á montra do café central.
E aqueles bolos, pães e folhados que se amontoavam dentro da vitrine?
O meu estômago roncava, como é seu apanágio todos os dias repetir a mesma façanha, roncar, qual porco numa pocilga .
As minhas pernas tremiam, estava impaciente e faminto.
Comecei a trabalhar.
Trabalho que se resumia a esticar a mão e pedir algumas moedas para tomar o pequeno almoço.
- Dê uma moedinha ao pobrezinho .
Dizia eu a um “senhor doutor” esguio e de semblante carrancudo que passava.
- Faça como eu, vá trabalhar!
Trabalhar, como se fosse fácil para mim arranjar um trabalho com esta idade e com todos os problemas de saúde que se foram agravando.
- Olá, senhor pobre. Disse uma linda menina de olho azul e cabelo loirinho com cerca de cinco anos que passava de mão dada com a mãe.
- Olá, bom dia anjinho .
- Dá uma moedinha ao senhor .Disse a mãe .
- Bem ajam, e um bom dia para quem pratica o bem.
Um euro !
Já dá para comer uma bela sandes de torresmo .
Levantei-me meio tremulo das pernas .
Entrei no café .
- Bom dia senhor Artur , faça-me uma sandes de torresmo.
- Bom dia.
Os outros, os senhores sociais, olhavam-me com altivez , o meu mundo não é o mesmo que o deles.
Falando em bom português não é só o meu mundo que não é igual ao deles. Mas também a minha roupa as minhas botas, a barba, o cabelo e o cheiro . Sim o cheiro porque aquele cheiro de perfume não sei das quantas já me estava a dar vontade de vomitar algo que eu não tinha no estômago.
Peguei na sandes e saí para o meu local de trabalho.
Sentei-me e voltei a esticar o braço, para mais umas moedas pedir, para mais um dia passar e outro e outro e outro.
Seria assim até o todo poderoso assim desejar.
Com o sol a bater-me na cara, mal conseguia ver para o outro lado da rua .
Mas era ela , era mesmo ela , o anjinho de olhos azuis que me acenava e sorria do outro lado.
O sinal verde estava aceso e os carros passavam rápido.
Mas onde estava a mãe dela?
Acenava sorria e dizia – Olá senhor pobre.
Levantei-me.
Ela dava sinais de querer atravessar.
- Olá senhor pobre. Repetia ela.
Os carros passavam a um ritmo alucinante.
E aquela mãe que não aparecia.
Ela deu um passo em direcção á estrada .
Eu não pensei nessa fracção de segundo, o meu sangue gelou a sandes de torresmos caiu ao chão e eu gritei
–Espera.
E corri na direcção dela .
Ouví uma travagem, e um grande estrondo precedido de silêncio.
Depois ,perdendo a noção do tempo ouvi o som duma sirene de ambulância.
Senti o peito arder com os choques que me iam dando.
Depois veio o silêncio.
O silêncio.
Nunca pensei que o silêncio fosse tão silencioso .
Que estranho!
Silencio escuridão e calor , muito calor , e o ar que me faltava.
Estava deitado de costas.
Que pano era este que me cobria a face?
Uma forte dor na perna direita ,fez-me esticar o braço para acalmar a dor.
Mas rapidamente recuei ao embater com a cabeça no tecto da caixa.
Caixa?
Não era a minha caixa.
Suava em bica, o ar escasseava .
E as dores ?Umas dores brutais que me percorriam todo corpo .
A minha caixa não estava forrada com tecido, nem era silenciosa , nem era escura como o breu , nem faltava o ar dentro dela , nem tinha uma almofada tão dura.
Um caixão !
Estou dentro dum caixão!
Não pode ser ?
Arranhei o tecido até o rasgar , senti a madeira.
Arranhei mais ainda.
Parti as unhas e arranquei a pele dos dedos.
É Mesmo um caixão.
As Dores.
Virei-me para baixo.
Bati com força no fundo.
Voltei a virar-me.
Gritei .
Gritei mais alto.
Falta-me o oxigénio.
Não consigo gritar.
As dores, já não doem .
Parei de suar, empalideci .
Senti um zumbido .
Os músculos relaxaram.
A minha cabeça tombou para o lado.
Involuntariamente os olhos fecharam-se.
O silencio, de novo o silêncio.
Para sempre o silêncio.
Eterno.
Silêncio.

54 comentários:

Anónimo disse...

Será que alguém consegue dormir descansado depois deste mito?

Anónimo disse...

lool. boa pergunta...=P mas sem duvida uma boa historia k nos poe a pensar...
gosto do blog .. vou voltar mais vezes =))

Bxana disse...

Muito bem escrito, e impressionável, isso te garanto!!!

Parabéns e miaus!;)

*Não da minha parte, confesso, mas conheço gente que depois de ler isto vai ter dificuldades em adormecer...

Anónimo disse...

A ideia é exactamente essa, o leitor(a)ao terminar de ler a história ficar a pensar.
Isto em qualquer um dos mitos.

LMFM disse...

Excelente momento de leitura. Depois de ler este texto vou escrever no meu testamento que quando morrer e depois da autopsia vou pedir para me darem dois tiros na cabeça. So para ter a certeza que estou mesmo morto

menina-m disse...

está muito bem escrito!
não obstante, conheço uma história semelhante.


quando era miudo, o meu pai foi ao funeral da tia preferida. durante a cerimonia, ele viu claramente uma lágrima a escorrer-lhe para cara. ele ainda disse isso á minha avó, mas ninguém acreditou num miudo facilmente impressionável.
soubemos há pouco tempo que, quando exumaram o cadáver, o caixão estava arranhado por dentro.
parece ser fenómeno relativamente recorrente...

. disse...

...não sei se sabes, mas o expressão inglesa "saved by the bell" tem a ver com isto.

Há alguns séculos atrás, os pratos eram de chumbo. as comidas com tomate não cozinhado faziam com que o acido do tomate corroesse o chumbo fazendo com que o molho se tornasse toxico. Este molho toxico causava uma especie de coma profundo que foi muitas vezes confundido com a morte, tendo muita gente sido enterrada viva.

Começou-se a verificar que, quando se levantavam as ossadas ao fim de uns anos os caixões apareciam arranhados por dentro...

Foi então que apareceu a ideia de por uma campainha junto das campas recentes atada por um cordel ao falecido. Caso este se mexesse a campainha tocava...

Muita gente foi, literalmente, "saved by the bell"...

Gostei do teu conto, moço. Continua...

Peste disse...

está simplesmente fantástico, adorei ler algo tão bem escrito e reltado.

Parabéns.

infelizmente para este, não foi salvo "by the bell"

Anónimo disse...

wolf essa tua versão do "saved by the bell" . Está exelente,resta saber se é REALIDADE OU MITO.
Um abraço.

Anónimo disse...

Mariana eu disse que era pura coincidencia,se esta história se igualasse a aguma na vida real.Em relação á tia do teu pái sinto muito que assim tivesse acontecido.

. disse...

...é realidade moço...

. disse...

...já agora, também como curiosidade, fica sabendo que a tradição dos casamentos em maio se deve ao facto de ser um mês com muitas flores sendo que seria facil ter um bouquet nessa altura.

O bouquet foi introduzido na tradição numa tentativa de amenizar os cheiros, numa altura em que a higiene não abundava...


e a palavra Fuck aparece no lexico inglês pq era preciso uma autorização régia para se poder ter relações sexuais, sendo que, obtida essa autorização se tinha que afixar à porta uma tabuleta com os dizeres "Fornication Under the Consent os the King" ou seja F.U.C.K.

Fica sabendo também que, em Inglaterra o album dos Van Hallen "For an Unlawfull Carnal Knowledge" ou como aparecia na capa apenas pelas iniciais F.U.C.K. foi proibido, sendo que houve um puto que chegou a ser processado por usar uma T-Shirt em publçico com a capa do album. como consequencia os Van HAllen pagaram todos os custos legais e o puto ainda os conheceu em pessoa...

A disse...

Uau, tá lindo...mesmo amei. loool beijinhos =D

Anónimo disse...

Gostei do esclarecimento da abreviatura F.U.C.K,que o procurador Wolfheart nos deixou .lol

Rafeiro Perfumado disse...

Muito intenso, não haja dúvida. Acho que é por isso que eu prefiro ser cremado. Claro que me pode acontecer acordar e dizer "que cheiro a cão assado é este?"

Já te retribui a linkadela, jove!

Henriqueseis disse...

Tks Rafeiro,é que aqui o Mitos Precisa de divulgação.

vinte e dois disse...

Demorou mas já coloquei o teu link no meu espaço ;)

Anónimo disse...

Parabens pelo blog e história tão bem contada de uma morte anunciada...bjca

Anónimo disse...

Genial!...

Bia disse...

bem que dizer... estou impressionada,pela lucidez das tuas palavras, pelo tema escolhido e pela visão de uma vida completamente diferente da nossa, mas uma vida que é posta de lado pelos "sr. doutores" mal encarados que pensam que o dinheiro compra tudo, e o dinheiro apenas comprou uma sande, mas a pobreza salvou a vida de uma menina de olhos azuis e de cabelos loiros, um verdadeiro anjinho... que levou o personagem desta história ao silêncio e ao descanso eterno com uma boa acção guardada no peito.
Gostei mesmo muito, não fiquei impressionada no sentido - ai que horror... fiquei impressionada por vi este teu conto como um romance e um olhar azul sobre a vida.

pb disse...

gostei da historia, infelizmente é uma das tristes realidades do nosso dia a dia os sem abrigo e as suas caixas de papel...na parte do caixão tenho conhecimento de casos em que os mesmos apareceram arranhados por dentro, por essas e por outras é que já disse alto e bom som de que quando morrer quero ir pro forno....um abraço e obrigado pela visita

Anónimo disse...

Obrigado á BIA e ao PB pela visita e pelo apoio.voltem sempre vou ter uma nova história breve

Anónimo disse...

Agradeço aos meus leitores a paciênciaque têm tido por não haver novas historias.É que histórias deste calibre não se criam com facilidade.
Mas posso avançar em primeira mão
que vem por aí outro MITO.

BREVEMENTE

Anónimo disse...

Humildemente,

acredito que faças melhor!...,
humildemente!

Anónimo disse...

Simplesmente espectacular, a forma como as palavras foram fluindo ao longo deste fantastico retalho de algo que nunca li.

Escreve.Escreve desta forma numa folha útil que os senhores sociais tambem possam comprar.

Anónimo disse...

Tens que ser mais humilde!

Anónimo disse...

Porquê ser mais humilde?Tens que ser mais especifico.

© Maria Manuel disse...

Vim ler as tuas palavras...

Mitos são histórias assim, com o seu quê de fantasioso, pretendendo explicar algum acontecimento da vida real.
Neste caso, diria que devem ter acontecido realmente muitas situações destas e, espero, diminuam consideravelmente ou acabem, à medida que a medicina avança.
Deve ser uma sensação de pura claustrofobia e incapacidade, e tu foste descrevendo algumas nuances dessa sensação.
Nesta história, ainda, achei interessante o pormenor das duas «caixas», a passagem de uma à outra.
As palavras: a escrita pode ser melhorada, sim...

Continua!

zetrolha disse...

Acabei de ler e pensei "alguém que tire das mãos o livro do Stephen King a este gajo"!
Por este andar ainda escreverás posts baseados no Nicholas Sparks.

Anónimo disse...

Para as histórias terem mais credibilidade, devias dizer que aconteceram a um amigo de um amigo de um amigo teu. :-)

Jaime
www.blog.jaimegaspar.com

Anónimo disse...

Zetrolha,quando lí o teu coment,até os meus cabelos dos braços ficaram arrepiados de tanta felicidade.Visto que tú estás a comparar a minha escrita com um Stephen King,
ou mesmo com o Nicholas Sparks.Sabendo eu que a minha escrita é original e não tem sequer uma vírgula clonada de onde quer que seja.

Anónimo disse...

Jaime em relação á credibilidade ,não me preocupo muito com isso. Mas se leres as outras minhas histórias estão como tú dizes,embora eu discorde. Por isso eu ter mudado para a 1ª pessoa.
Assim é que eu gosto CRITIQUEM.
Um Abraço para todos.

Anónimo disse...

Podia conter certos promenores
ex:Que é que acontesseu à rapariga.

Anónimo disse...

A rapariga é apenas uma personagem passageira para dar mais consistencia á história.
Ficaremos para todo sempre sem saber o que lhe aconteceu.Ou então quiçá,eu consiga reunir na minha agenda umas horas e esrever uma sequela desta história.


Organizem um abaixo assinado para eu fazer uma sequela desta história lol .

Anónimo disse...

gostei da historia...
esta' muito bem escrita!
Parabens!:))

Ovelhas Ranhosas disse...

http://ovelhas-ranhosas.blogspot.com/

Comente e vote no nosso blog!
Um blog em que, sem papas na língua, criticamos e abordamos temas da actualidade, de famosos, da maneira mais divertida possível.
Não perca, mééé.

SILÊNCIO CULPADO disse...

Está muito bem escrito este texto mas não deixa de ser arripiante. Quando era miúda ouvi contar muitas histórias de pessoas que eram enterradas vivas. Eu sentia um pavor enorme que, com o tempo, esqueci. Agora recordáste-mo.

Anónimo disse...

"Silêncio culpado"
Isto é um Mito Urbano,apenas um Mito e uma linda História.Agora já podes dormir descansada.

Anónimo disse...

Para quando outra história?

Teresa David disse...

Este pequeno conto poder-se-á enquadrar na chamada literatura fantástica, vertente de escrita que bastante aprecio. A história está bem contada e prende a nossa atenção.
Parabéns
Bjs
TD

Anónimo disse...

Para quando outra história? boa pergunta, como eu sou um escritor a Part time, por incrivel que pareça só me sinto mais inspirado de inverno.É que o calor do verão frita-me as ideias lol. Estou a divagar, agora a sério,tenho aqui mais uns mitos na calha para sair. Mas desta vez vou aplicar ainda mais a literatura fantastica como diz a Teresa David.
Mais uma vez obrigado a quem me Lê.

Cu de Barbas disse...

Mt bom...cheguei tarde a estes lados...ms cheguei...oh ye :)

Karl Macx disse...

Bem, já tens a minha atenção!

Vou tentar ser visita regular!

Luís Filipe C.T.Coutinho disse...

Fantástico.adorei

abraço

Anónimo disse...

Tenho andado com a criatividade romancista um pouco Flat.
Melhores dias virão.
mas podem passar sempre pelo meu
http://men-tira.blogspot.com

Miguel disse...

Como disse lmfm "Depois de ler este texto vou escrever no meu testamento que quando morrer e depois da autopsia vou pedir para me darem dois tiros na cabeça. So para ter a certeza que estou mesmo morto"

Venham mais mitos!!

Anónimo disse...

Acho que todas as pessoas têm receio da morte, mesmo que tentem não pensar muito nisso.
Cada um com os seus medos mas o meu é mesmo esse, ser enterrada e não estar realmente morta.
Sobre este mito... WOW ;)

Anónimo disse...

"Será que alguém consegue dormir descansado depois deste mito?"

Claro qe nao! O pessoal parte se a rir pah!! xD Qem e q consegue durmir a rir pa? xD

Anónimo disse...

O silencio era silencioso..
Esta tao alto!! Ele nao para!! Desliguem o silencio! tou surto!! OMG!! vAI SILENCIO!! vAI TE PARA OUTRO ALGUEM!! pARA ME ASSOMBRAR OS OUVIDOS!! dESLIGUEM O SILENCIOOOOOOOOOOOO.........

Anónimo disse...

"Depois de ler este texto vou escrever no meu testamento que quando morrer e depois da autopsia vou pedir para me darem dois tiros na cabeça."
E pah.. WTF?! Sabes u q e uma autopsia?! Eu escondia me man!! xD

Anónimo disse...

Gostei bastante da história, realmente é de fazer arrepiar, pois esta especialmente faz-nos pensar, e se nos acontece alguma coisa e o nosso batimento cardiaco parar e subitamente, voltar-mos a nós e encontrarmo-nos fechados num caixão. Existem bastantes casos desses, que o batimento cardiaco volta e a actividade cerebral também, após já darem pela hora de óbito.

Luis da Mota Filipe disse...

Amigo, foi hoje a minha primeira vizita ao teu blogue e confesso-te que estou extremamente sinsibilizado mas muito satisfeiro.Textos belissimos e este que me toca particularmente!Uma unica palavra te posso deixar: PARABÉNS.Com a certeza de que vou continuar a acompanhar este teu e nosso cantinho.
Abraços.

Luis da Mota Filipe disse...

Amigo zé,foi a minha primeira visita ao teu blogue e de facto estou sensibilizado e muito contento tb por ti!Belissimos textos que nos deixam a pensar bastante...e este tocou-me particularmente.
Uma unica palavra te deixo: PARABÉNS.
Com a certeza de que vou continuar a visitar este cantinho sim.
Abraço Grande.
Luis Mota Filipe

monica disse...

encontrei hoje este blog, e esta deveras fenomenal :DD
adoro, a escrita o texto, tudo
Parabens :DD